LIVROS ACADÊMICOS DE ARTES
ARTE URBANA
A discussão de arte pública que vocês irão encontrar não terá como parâmetro a questão política da cidadania. A referência para esse recorte da produção artística que neste trabalho será privilegiado está em nível mais profundo que o simplesmente político: trata-se da formação do social, da contínua constituição de uma sociedade específica, ambiente da arte sendo feita e que também vem a ser na arte enquanto ela se faz.
O social é visto nesta discussão em sua dimensão conflitiva, e nela, por um lado, os setores dominantes procuram afirmar-se e fazer reconhecer sua hegemonia, assim como, por outro, os setores subalternos ou excluídos lutam por se fazer ouvir, para que sua atual situação não se perpetue e para engendrar o social em outra direção. E, além de setores, grupos, classes sociais, indivíduos fazem-se ouvir, constituem, engendram. O social, em qualquer direção, também é fruto de ações e visões de indivíduos.
E a arte pública, a arte que se faz no espaço público, o gesto, a intervenção, o evento, a instalação, o espetáculo, a apresentação, a arquitetura - que é, enquanto arte, pública por excelência -, tudo isso exerce sobre o social preexistente um impacto, em que talvez a hegemonia seja confirmada ou desafiada, mas, mais importante que isso, em que algo do novo desse social passa a ter existência. Pudesse também dizer, portanto, que no impacto é o social que impacta.
É o que faz da arte pública - cujos prolegômenos são apontados neste livro - um campo que, embora necessariamente centrado no estético, em muito o transcende, seja por envolver essa dimensão histórico-social, seja por emergir de fenômenos que não podem ser abrangidos pela estrita designação da arte, institucionalizada ou não. Sob uma outra ótica, a arte pública, em seu acontecer, solicita da estética enquanto reflexão a máxima capacidade de compreensão, que a habilite, para além das usuais distinções entre forma e conteúdo, a discutir a ação, esse oceano de que o trabalho é braço menor.
ENSINO DA ARTE
Há mais de quinze anos trabalho com o Ensino da Arte e sempre tive, como também os colegas professores, dificuldades em adquirir material que servisse de embasamento para um bom desenvolvimento de conteúdos em sala de aula. Tivemos o cuidado de fazer esse trabalho sempre enfocando o que realmente era necessário ser aplicado para o conhecimento do discente. O conceito de arte, sua origem desde os tempos remotos até os dias atuais no Brasil, relatando a influência da arte entre todos os povos para conosco, mostrando de forma clara os tipos de arte, literatura e folclórica das regiões brasileiras.
PERFORMANCE ARTÍSTICA NO VIVO E AO VIVO
A performance é arte tornada ação corporal efêmera, realizada no vivo ou ao vivo, isto é, realizada com a presença de performers, artistas e interatores (espectadores convidados à participação) ou realizada por meio de novas tecnologias de comunicação, como a internet.
Aqui, não consideramos toda ação (to act) performance (to perform). O que denominamos performance é arte, isto é, voluntariamente ato que visa revelar o outro do mundo sensível e, assim fazendo, criar faíscas de sensível inteligibilidade, entre seres humanos.
Inteligibilidade sensível entendida sempre como faísca: pedaços desgarrados de compreensão redimensionável. E o sensível inteligente como aquilo que perdura. A sensação é aquilo que dura (DELEUZE; GUATTARI, 1991). A percepção é aquilo que nos deixa abertos ao mundo. A performance quer tocar a percepção e ser guardada como sensação acariciada por alguma busca de compreensão.
A performance art nasceu como happening (evento); alguns a chamaram body-art, outros, art corporel, todos reivindicando para si o lusco-fusco inicial de um novo movimento artístico. Allan Kaprow, em 1984, em Salzburg, confidenciou-nos que apenas Wolf Vostell e ele faziam happenings, segundo a sua concepção de happening, qual seja, ação artística envolvendo a participação ativa do público. Como Kaprow, entendemos performance como ação aberta à participação do público, que assim não mais se chama
“público”, mas “interator”. Aberta à participação do interator, toda performance teria um viés de improviso. François Pluchart (1983, p. 123) preferiu intitular seu livro L’art corporel (arte corporal) e assim se colocou: “Se a expressão ‘arte corporal’ tem o mérito de manter a questão do corpo no interior do domínio da arte, a palavra ‘performance’ gerou os piores mal-entendidos”.1 Concordamos com Pluchart: o corpo é o sujeito e o objeto da arte da performance.
A PRODUÇÃO CAPITALISTA DO ESPAÇO
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